Não seria exagero dizer que a preparação da 3ª edição do “Projeto Diálogos com Egon Schaden” resultou em um “bordado feito a muitas mãos”, ligando várias mulheres para resgatar a história de Mathilde Schaden, avó do professor Egon. Cada uma delas realizou pesquisas, ou resgatou memórias, ou ainda auxiliou com tradução de documentos, enfim, uniram pontos e cores para desenhar com um pouco mais de detalhes a trajetória de Mathilde.
A presidenta do Instituto Egon Schaden (IES), Tânia Welter, relatou que não havia muitas informações disponíveis sobre a avó de Egon, mas ela insistiu na escolha do tema e sugeriu realizar uma homenagem ao conjunto das mulheres pioneiras de São Bonifácio. A saída então foi pedir ajuda a várias pessoas para preparar o encontro.
Assim, a bisneta de Mathilde, Erica Schaden, que tinha algumas fotografias antigas no arquivo da família, teve o cuidado de mandar restaurá-las e as disponibilizou ao IES, em alta resolução.
A filha mais jovem do professor Egon Schaden, Marina, recuperou a história de um anel que o bisavô Franz deixou com Matilde ao retornar para a Alemanha, como uma “garantia de volta”, ainda que ele nunca tenha voltado ao Brasil. Este anel acabou ficando com a dona Margaret, esposa de Egon, que entregou ao neto, Camilo Schaden Ghanem, que continua na guarda desse anel.
O resgate de documentos sobre o trabalho de Mathilde acabou incorporando ao grupo Leonida Reich, que estudou na Alemanha e cursou Ciências Sociais na UFSC e que traduziu vários destes documentos, todos resgatados por Rosane Schaden Preuss, bisneta da homenageada.
A jovem Mirella Schmoeller Nienkoetter, que é uma das netas de dona Luzia – a única irmã viva do professor Egon Schaden, fez outro movimento muito bonito: entrevistou a avó Luzia, a tia Cleide, uma tia-avó que é dona Marta, e gravou em áudio o relato de suas memórias, depois transcreveu e transformou numa apresentação que foi exibida durante o encontro.
“Esta 3ª edição do ‘Diálogos’, com o objetivo de homenagear as pioneiras, acabou por ocasionar esta mobilização, muito além do próprio evento e também auxiliou a reunir várias informações sobre Mathilde, o que nos alegra muito e motiva ainda mais a continuar investindo nesse Projeto”, afirmou a presidenta do IES Tânia Welter. Ela destacou ainda a abordagem teórica apresentada pela coordenadora e mediadora desta terceira edição, a professora doutora Miriam Grossi, que se referiu em sua fala inclusive sobre a homenagem do Instituto às mulheres pioneiras de São Bonifácio. “Além da grande satisfação diante do movimento gerado em torno dessa construção de memória das mulheres, acreditamos que o resultado apresentado é muito rico. E pode ser visto em qualquer tempo por quem não acompanhou ao vivo, no nosso canal do youtube”, lembrou Tânia.
O vídeo desta 3ª edição e também da 1ª, realizada em 4 de janeiro com o pesquisador Daniel Valério Martins, e da 2ª, realizada com Rosane Schaden Preuss e Pedro Martins, estão disponíveis em: